quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

TROÇA O INDECENTE ENCERRA SUAS ATIVIDADES

Amigos, há pouco dias, postei aqui no Ritmado um texto sobre o retrocesso que vive, este ano, o carnaval do Recife, em alguns aspectos.

O texto repercutiu aqui no Ritmado e também recebeu comentários no Facebook.

Como nos grandes veículos de comunicação dificilmente se oferecem espaços para a os contextos populares mostrarem sua indignação (até porque esses veículos são patrocinados tb pela gestão) abrimos aqui o canal para a fala dos grupos populares que se sentem alijados desse período carnavalesco que deveria ser de festa para todos.

Abaixo o comunicado da Troça O Indecente.


COMUNICADO
TROÇA O INDECENTE ENCERRA SUAS ATIVIDADES


Faltando poucos dias da data programada para o desfile da Troça Carnavalesca Mista O Indecente, dia 26 de fevereiro, os diretores da agremiação não têm mais expectativas de promover o festejo. E, até este momento, não foi possível captar nenhum recurso para a realização do evento. Caso um milagre não aconteça nos próximos dias, a troça acumulará neste carnaval três anos sem sair às ruas.

Em outubro do ano passado foi lançada a PROPOSTA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS para o carnaval 2011, e, desde então, amigos, empresas e outras entidades receberam a proposta, inclusive, políticos da região também foram solicitados a ajudar.

Se for inevitável o que prevemos, não será mais possível manter a esperança de um dia qualquer pensar em desfilar novamente com a troça. Serão encerradas as atividades e fechadas as portas! Não temos mais forças para aguentar tantos golpes. Guardaremos os estandartes, o boneco gigante do mestre Nascimento do Passo, as fantasias, as partituras dos frevos criados para a agremiação, e o que restará, será apenas as imagens dos belos carnavais que um dia realizamos no bairro do Hipódromo, berço do nosso frevo.

Deixaremos morrer uma agremiação que mantém a tradição pernambucana?

É possível sim, conviver com elementos atuais e renovados do carnaval, o que não podemos admitir, é deixar órfão foliões do futuro, que em pouco tempo não mais irão assistir nas ruas e avenidas da cidade, a prática momesca de antes, fazendo se perder o manto da espontaneidade, da beleza, da irreverência e de uma brincadeira agradável de participar.

Será que teremos que nos transformar em Bloco de Samba ou em quadrilha junina estilizada para continuarmos existindo? Nos renderemos aos Mini-trios e aos dez e incompetentes músicos disponibilizados pela Prefeitura do Recife?

Será que a solução é vender a troça a políticos com atitudes escusas e transformar nossos sócios em “cabos eleitorais”, em troca de uma colaboração mixuruca e de pequenos apoios durante o ano?

Nos curvaremos a artistas e festejos importados de outros estados, que nada tem a ver com o nosso povo, trazendo no mesmo pacote, vulgaridade, violência e toda classe de idiotismos descartáveis, que só servem para enriquecer seus produtores e empobrecer culturalmente o nosso povo?

Esta história de Patrimônio Imaterial em que o frevo se transformou serve de quê? Quais as políticas públicas culturais que foram implementadas para apoiar as verdadeiras agremiações de frevo a fazerem seus festejos?

É inadmissível que ainda aconteça na nossa cidade a omissão de uma parte da sociedade, e de um grupo podre de dirigentes políticos que alienam nossa população e que desprezam iniciativas que valorizam nossas tradições, como é o caso da troça O Indecente, que, desde 2003, vem desenvolvendo ações importantes no Recife como, por exemplo: o grupo Guerreiros do Passo.

Uma das últimas ações realizadas para impulsionar a troça, e fazê-la reviver sua folia, foi a criação do jornal O PASSO, que, estando no seu segundo número, não poderá mais ser publicado. Lembremos que O PASSO é o órgão informativo da troça, e se ela não existir, não faz mais sentido também seu jornal sair.

Em poucos dias, também sairá do ar o site da agremiação: http://www.tcmoindecente.blogspot.com/

Eduardo Araújo

Presidente

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Com os cumprimentos de
Humberto Maia
(81) 3269-6569 3441-2343 9292-2209

Um comentário:

  1. é... esse negócio das quadrilhas juninas mesmo, eu me lembro de no primário (ensino fundamental, sei lá o nome q isso tem hj) ainda era todo mundo de matuto, anarriê, alavantour e essa coisa toda. Agora eu nem reconheço mais uma quadrilha junina. Sei não... Eu mexo com tecnologia, mas tb procuro questionar muita coisa por aí que é feita sob o pretexto de renovar, inovar e essa coisa toda. Meu azar é q eu sou peixe pequeno, mas se um dia eu crescer eles vão ver só uma coisa!

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