Em
sua 14ª edição, evento reúne uma programação cultural diversificada na Mata
Norte de Pernambuco
Tracunhaém, cidade de
pouco mais de 13 mil habitantes, distante 63 km do Recife. Quem pensa que o
único patrimônio cultural da pacata cidade é o seu artesanato de barro se
engana; já há 14 edições, a pequena cidade se transforma quando acontece o
Tipoia Festival, evento que já integra o calendário cultural da Mata Norte de
Pernambuco. Este ano o Tipoia será realizado de 11 a 17 de novembro, com
incentivo do Funcultura e Governo do Estado e uma programação musical com nomes
de peso, além das oficinas, mostras de vídeo, debates e exposições.
A partir da segunda-feira,
dia 11 de novembro, começam as oficinas de formação, com cursos de quatro dias
de duração e que irão abordar fotografia; oficina de bateria; oficina de roadie;
trabalho com barro; e animação. As atividades revestem-se de grande importância
para a cadeia cultural da região, visto que a partir dos primeiros contatos com
as diversas linguagens artísticas, jovens da região sentem-se estimulados a
trilhar o caminho da arte e despertam para novas habilidades que até então
estavam veladas, conforme explica o Coordenador Geral do Tipoia Festival
Sidclei Marcelino: “As oficinas são
importantes para formar e informar o jovem a se capacitar para no mercado de
trabalho e em Tracunhaém ainda não há cursos que possam abrir a cabeça dos
jovens para novos mercados, não apenas na música. É uma forma de despertar o olhar dos jovens
para novos interesses profissionais.”
Com a Mostra de filmes –
que este ano traz como tema o Futebol - muitas pessoas da cidade e região
poderão ter contato com o cinema, linguagem, infelizmente, tão rara nas cidades
do interior. Como símbolo que representa para a cidade, o artesanato de barro
não poderia ficar de fora do evento e por isso exposições de artistas de
Tracunhaém também farão parte das atividades do Festival.
No sábado, uma das
novidades da edição deste ano é a parceria com o II Encontro de Coletivos e
Agentes Culturais da Mata Norte, que promoverá o debate acerca da cadeia
produtiva da Mata Norte de Pernambuco, região que hoje - mais do que promissora
economicamente - vem se destacando pelo desenvolvimento sociocultural impulsionado
por uma leva de projetos culturais que congregam gestores, produtores da
região, cada vez mais empoderados e atuantes nas discussões sobre políticas públicas
culturais.
E no fim de semana, de 15
a 17 de novembro, é a vez de as novas e veteranas bandas se apresentarem num
dos palcos mais concorridos de festivais da Mata Norte. A programação musical
do Tipoia, mais uma vez, repete a fórmula que há anos faz sucesso: oportunidade
para novos grupos mostrarem seus talentos e espaço para que as bandas já conhecidas
do grande público possam deixar a sua marca no festival. Este ano haverá,
inclusive, apresentação de uma banda paulista, a Baleia Mutante, com seu rock surf
que promete empolgar o público.
Um dos grandes destaques
do Tipoia é justamente a sua democrática programação cultural, que reúne pessoas
de Tracunhaém e cidades vizinhas, juntando vários públicos e até contribuindo
para quebrar preconceitos que se imagina que “shows de rock” ainda possam
enfrentar, sobretudo numa cidade cuja população pouco acesso tem a eventos
culturais e portanto, sem acesso, não pode formar repertórios. O Festival
representa esse acesso cultural que ganha o apoio das pessoas abertas para ao
novo e ávidas por cultura e diversão. Para Sidclei, o Tipoia “representa um espaço para a música que não
toca no rádio, para mostrar a cena efervescente da Mata Norte em três dias de
shows”. Com a resistência do Tipoia, “o
preconceito vem sendo quebrado, o Festival vem mostrando cada vez mais garra, e
este ano, com o apoio do Funcultura, neste momento tão esperado, vai poder
contar com uma estrutura bem melhor, investir mais nas suas atividades, e
continuar contando com a parceria de muitos músicos que, mesmo nos momentos de
adversidades, sempre encontraram no Tipoia uma oportunidade para mostrar seus
trabalhos”, ressalta o músico e Coordenador Geral do Festival.
E assim é o Tipoia,
quebrando preconceitos, resistindo, fomentando a cultura da Mata Norte,
estimulando a renovação musical e o contato com grandes nomes da nossa cultura;
reunindo estudantes, artistas, produtores culturais, gerando renda para o
comércio local e desenvolvendo a cadeia produtiva cultural; uma referência para
outros festivais de música e cultura na Mata Norte do estado.
HISTÓRIA – O Tipoia surgiu em 1999, como
protesto pela derrubada do Cineteatro Castro Alves, da cidade de Tracunhaém, palco,
na década de 1970, para grandes nomes da música brasileira como Fagner, Elba
Ramalho e Geraldo Azevedo. Na ocasião, o evento foi realizado na sede do
Independente Futebol Clube, em Tracunhaém.
Os organizadores eram os jovens da turma concluinte do Ensino Médio do
Colégio Agamenon Magalhães, que, no Independente Futebol Clube, ouviam seus
vinis e discutiam políticas socioculturais para a cidade interiorana.
Em
2000, o Tipoia apresentou, pela primeira vez, shows com bandas da região. Com o
passar dos anos e o aumento do público, a sede do Independente Futebol Clube
ficou pequena para abrigar tanta gente e, em 2002, o Tipoia foi para as ruas,
tornando-se um dos eventos de cultura mais conhecidos e estabelecidos na Mata
Norte.
PROGRAMAÇÃO - 14º TIPOIA
FESTIVAL
MOSTRA DE VÍDEOS nas
quadras esportivas da cidade de Tracunhaém
DE 11 A 14 DE novembro. A partir das
20hs. Tema: Futebol.
11
de novembro de 2013, segunda-feira - Escola Dr. Walfrido L. P. De Melo
12
de novembro de 2013, terça-feira - Academia da Cidade
13
de novembro de 2013, quarta-feira - Escola Municipal Joaquim Canuto de Araujo
14
de novembro de 2013, quinta-feira - Escola Agamenon Magalhães
OFICINAS de 11 a 17
de Novembro - INSCRIÇÕES
até dia 08/nov no e-mail: oficinastipoia2013@gmail.com
11 a 14/nov|14h à 16h - OFICINA DE
BATERIA *Sid3 (15 vagas)
11 a 15/nov | 9h às 12h e 14h a 17h -
VIRADA DE PALCO: OFICINA DE ROADIE *Wally e Jailson (15 vagas)
11 a 15/nov |14 à 18h - CINEMA DE
ANIMAÇÃO *Dulapis Estúdio (15 vagas)
11 a 17/nov |8 à 12h - MODELAGEM NO BARRO
*Davi da Silva (15 vagas)
11 a 17/nov |9h à 12h - OFICINA DE
FOTOGRAFIA *Ronaldo Almeida (15 vagas)
PROGRAMAÇÃO MUSICAL (De
15 a 17 de novembro)
Sexta – 15/nov
Encerramento das
oficinas
18h - BANDA MUSICAL
SABOEIRA (Goiana) Frevo
RAPAZIADA VOZ ATIVA (Goiana) Hip-hop
EDMILSON
CIRANDEIRO E A CIRANDA ESTRELA (Tracunhaém) Ciranda
ALEX NA MENTE e 7 SELOS (Paulista) Hip-hop/ gospel
LAMBAERO PUNK (Nazaré da Mata) Rock
ZÉ BROWN (Recife) Hip-hop/repente
HOMEM DE BARRO (Tracunhaém) Pop/mangue
MATALANAMÃO
(Recife) Rock Hard Core
COCO VERDE E MELANCIA (Recife) Coco
BANTUS REGGAE (Recife) Reggae
DUB nos intervalos -
SEMENTE DO BEM SISTEMA SONORO (Olinda)
Sábado – 16/nov
9h - II Encontro de
Coletivos e Agentes Culturais da Mata Norte
16h - SARAU DE POESIAS
(Silêncio Interrompido) + BOI DA MÃE cortejo
com crianças de Tracunhaém e o brinquedo de carnaval + MAMULENGO AMERICANO + ZÉ DO BARRO E MARIA QUARTINHA (Tracunhaém)
18h
- MARACATU ÁGUIA FORMOSA (Tracunhaém) Maracatu Rural
ITALO
PAY e a ZABUMBA MUNDI (Goiana) Regional
KASTARRARA (Recife) Instrumental progressivo
BIA MARINHO (São José do Egito) Cantoria de viola
SID3 SACRIFÍCIO E FÉ (Tracunhaém) Instrumental
experimental
BALEIA MUTANTE (São Paulo) Surf
Music
DEVOTOS (Recife) Rock Hard core
IVANO (Recife) Reggae
DUB nos intervalos -
SEMENTE DO BEM SISTEMA SONORO (Olinda)
Domingo – 17/nov
15h - 3º ENCONTRO DE
BATERISTAS DA MATA NORTE
17h - GRUPO DE FLAUTA
DOCE HENRIQUE FLORIANO COUTINHO (Nazaré
da Mata) Ritmos
variados-infantil
TRIO
BEIJA FLOR (Tracunhaém)Forró
APARTE PERCURSSIVA (Olinda) Grupo percussivo infanto-juvenil
GRUPO MUSICAL GRIô (Recife) Música popular e erudita infanto-juvenil
CAÇAPA (Recife) Viola instrumental
MESTRES DO COCO PERNAMBUCANO
(Recife) Coco
SIBA
(Recife/
São Paulo) Show Avante
JERIVÁ (Recife) Reggae
DUB nos intervalos -
SEMENTE DO BEM SISTEMA SONORO (Olinda)
Serviço:
14º Tipoia Festival
De
11 a 17 de novembro.
Local:
Centro de Tracunhaém-PE
Programação
com Oficinas, Mostra de filmes e Shows musicais.
Shows:
de 15 a 17 de novembro, a partir das 18h (sexta); 17h (sábado); 17h (domingo)
Aberto
ao público
Mais
informações: Facebook: Tipóia Festival e no http://tipoia2013.wix.com/tipoiafestival
Saindo do Recife, COMO CHEGAR – Tracunhaém
não fica longe do Recife e há várias formas de acesso:
De carro - O acesso principal é pela BR-408, sentido Carpina. No Trevo de Carpina, entrar à direita (sentido Nazaré da Mata/ Timbaúba). Tracunhaém é a primeira cidade à direita, distante cerca de 8km de Carpina.
Metrô – Descer na Estação Camaragibe. Na pista pode-se pegar Toyota ou ônibus (da Empresa 1002) até o Trevo de Carpina. Chegando ao Trevo, é fácil de encontrar vans para Tracunhaém até às 19h.
Ônibus - Do terminal no fim da Avenida Dantas Barreto ou em qualquer parada da Av. Caxangá, pegar o Recife-Nazaré ou Recife-Timbaúba da Empresa 1002 que deixam dentro da cidade ou qualquer ônibus da mesma empresa que passe no Trevo de Carpina. A viagem pode ser completada de van.
De carro - O acesso principal é pela BR-408, sentido Carpina. No Trevo de Carpina, entrar à direita (sentido Nazaré da Mata/ Timbaúba). Tracunhaém é a primeira cidade à direita, distante cerca de 8km de Carpina.
Metrô – Descer na Estação Camaragibe. Na pista pode-se pegar Toyota ou ônibus (da Empresa 1002) até o Trevo de Carpina. Chegando ao Trevo, é fácil de encontrar vans para Tracunhaém até às 19h.
Ônibus - Do terminal no fim da Avenida Dantas Barreto ou em qualquer parada da Av. Caxangá, pegar o Recife-Nazaré ou Recife-Timbaúba da Empresa 1002 que deixam dentro da cidade ou qualquer ônibus da mesma empresa que passe no Trevo de Carpina. A viagem pode ser completada de van.
Olha
quem curte o Tipoia
Mais do que proporcionar acesso
cultural às pessoas de Tracunhaém (distante 63 km do Recife), o Tipoia Festival
estimula a geração de renda para os pequenos comerciantes locais e a autoestima
dos moradores, que presenciam o desenvolvimento do turismo e valorização da
cultura de Tracunhaém através do Festival.
Confira abaixo os depoimentos de
moradores de Tracunhaém que vivem e curtem o Tipoia.
Zezinho de Tracunhaém,
76 anos, artesão Patrimônio Vivo de Pernambuco.
“O Tipoia só faz o bem.
Ele [o Sidclei, coordenador geral do Tipoia] é um menino que destacou o evento
muito bem, sem confusão, sem nada, nota 10 para ele. O evento serve para
divulgar Tracunhaém e faz muita gente se animar”.
Alexandre da Silva
Santos, 21 anos, padeiro.
“O povo que é de fora
costuma vir logo cedo, já para conhecer a cultura de Tracunhaém. Eles param no
comércio, procuram se informar mais. É bom para o comércio e para o
desenvolvimento, né? Quem vem de fora se embeleza com as coisas bonitas daqui,
é muita gente comprando peça de barro aqui, perguntando por Sidclei, ‘cadê Sid,
cadê Sid, onde é que mora Sid?’ (risos). Chegam aqui, lancham e tudo anda.
Jair Correia de Oliveira, 43 anos, artesão.
“A gente achava que as
pessoas ‘diferentes’ que vinham para a cidade iam aprontar confusão, mas a
gente ficou impressionado, as pessoas tratam todos muito bem, o pessoal vem pra
brincar mesmo. Hoje o Tipoia é uma festa tão grande feito a festa de Santo
Antonio aqui na cidade, é uma festa que movimenta muita gente”.
Josinaldo Lucas dos
Santos, 22 anos, fiteiro.
“Quando tem o Tipoia é
bom pra gente que vende lanches, o povo vem para aqui e sai de madrugada de
tanto comer, é cachorro-quente, coxinha, pastel (risos). Os três dias de show
valem muito.”
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