Nesta Raiz 9, entrevistei a documentarista Isabela Cribari.
Confira o texto:
FIGURAS
OS REGISTROS CULTURAIS DE ISABELA CRIBARI
Procedente de uma família de colecionadores de arte, a pernambucana, radicada em São Paulo e descendente de italianos, Isabela Cribari, desde cedo convive com a paixão pela área cultural. Embora formada em psicologia, o cinema sempre esteve muito presente em sua vida e não demorou muito para ela enveredar pelo mundo do audiovisual ao participar de um vídeo institucional sobre uma pesquisa em psicanálise. Daí para a mais frequente atuação como documentarista foi um pulo: Isabela participou do Via Brasil, projeto audiovisual dirigido por Sérgio Bernardes enfocando a cultura nordestina com um olhar mais contemporâneo; integrou a equipe do Expresso Brasil, série de 14 documentários que retratava a visão de várias personalidades culturais sobre diferentes partes do Brasil; e participou de outros projetos audiovisuais sobre cultura brasileira, exibidos, inclusive, no exterior; até, finalmente, montar a própria produtora, a Set Produções Audiovisuais.
O destaque na carreira audiovisual resultou no convite para assumir, em 2003, a Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco, cargo que ocupou até setembro deste ano. Nesse período, a Fundaj (instituição federal sediada em Recife e ligada ao Ministério da Educação) produziu trabalhos de relevo com cinema, artes plásticas, livros e vídeos educativo-culturais. Como amostras estão os projetos relacionados à questão do Patrimônio Imaterial como o livro Inovação Cultural, Patrimônio e Educação (com textos que convidam a uma reflexão sobre patrimônio e musealização, tendo como foco a inovação cultural); o projeto Poetas do Repente (que reúne livro, cd e 4 dvds sobre o universo da cantoria nordestina); alguns vídeos participantes dos concursos promovidos pela Massangana Multimídia Produções; e o Museu do Homem do Nordeste, vinculado à Fundação Joaquim Nabuco, e que, desde o seu surgimento em 1979, vem desenvolvendo projetos de documentação sobre comunidades tradicionais e seus patrimônios culturais.
A marca prolífica da atuação de Isabela Cribari é percebida independente da vivência experimentada pela documentarista como gestora pública. Mais recentemente ela lançou o livro Nordeste Feito à Mão (Editora Coqueiro) registro escrito surgido após a série de 11 documentários, resultado de uma expedição ocorrida em 2000 e 2001 pelo Nordeste brasileiro, que percorreu 16 mil quilômetros com o objetivo de registrar o artesanato da região. Foram entrevistados 420 artesãos nordestinos em 120 cidades. “Há achados do saber do povo que me fascinaram muito para essa expedição, para a gente contar essa história tanto de uma forma audiovisual, como contar também em livro”, destaca Isabela. Nordeste feito à mão, no formato livro, se configura num catálogo em edição bilíngue com expoentes do artesanato nordestino de várias vertentes e de diferentes técnicas. Muitos desses artesãos são verdadeiros patrimônios vivos que carregam consigo os saberes de um povo e expressam na sua arte as vivências populares. (Nice Lima)
Foto: Nicolas Hallet
Mais informações no: www.revistaraiz.com.br
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